16 julho, 2015

Em veia aberta

Beber do amor
em veia aberta
exposta e orquestra

sem lei ou forma
com todo sentimento

de possíveis apegos
de palavras claras

de pulso

o coração
fortalecido

e assim vejo seu desenho
de formas leves desertas
de movimento curto e profundo

no silêncio que desespera
desacostumando do medo
na revolução que é amar

nas duras braçadas contra a maré

que pede descuido vago
ou contratos assinados

nós

nus em profundo mergulho
de um corpo no outro
de um corpo na cachoeira
de um corpo no mar
de um corpo na morte

na possibilidade de transmutar

em fusão as mãos nas costas
em alegria o perfume de alfazema
em saciar-se de comida e sorrisos

eu, vou continuar. acredito.
vou sentar e ouvir sua intimidade

nos dias de inverno
em quentes extensões

como quando dançamos
em amplas paisagens
e por fim nos abraçamos

para ser um
para ser vários

bruto bruto bruto
gestos ao lapidar
o fruto duro que
amadurece e tenro
desmancha na lingua.

o corpo é estrada
o amor travessia.

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