Beber do amor
em veia aberta
exposta e orquestra
sem lei ou forma
com todo sentimento
de possíveis apegos
de palavras claras
de pulso
o coração
fortalecido
e assim vejo seu desenho
de formas leves desertas
de movimento curto e profundo
no silêncio que desespera
desacostumando do medo
na revolução que é amar
nas duras braçadas contra a maré
que pede descuido vago
ou contratos assinados
nós
nus em profundo mergulho
de um corpo no outro
de um corpo na cachoeira
de um corpo no mar
de um corpo na morte
na possibilidade de transmutar
em fusão as mãos nas costas
em alegria o perfume de alfazema
em saciar-se de comida e sorrisos
eu, vou continuar. acredito.
vou sentar e ouvir sua intimidade
nos dias de inverno
em quentes extensões
como quando dançamos
em amplas paisagens
e por fim nos abraçamos
para ser um
para ser vários
bruto bruto bruto
gestos ao lapidar
o fruto duro que
amadurece e tenro
desmancha na lingua.
o corpo é estrada
o amor travessia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário