entrecruzei aquela estrada
onde não havia você
nem ninguém mais
havia temporal
temporal temporário
um peito bruto de emoções lapidadas
que se banhava no profundo das poças
e dos poços junto dos invisíveis
e entendi o oco da minha boca
da ausência de ser preenchida
e ausência era a oração calada
de uma espera temporária
que segue impretérita
com essa areia no couro cabeludo
essa sandália de tiras arrebentadas
uma gastrite que arde primitiva.
ardia, de silenciar poesias de
trocar na distância pequenos
detalhes, palavras de afeto de
extrema importância. Eu te amo.
que só era eu quem fazia -
e de novo a estrada vazia.
e de novo nenhum telefone
tocava, nada chamava, nem
escrevia.
e eu esquecia.
e todos esquecem.
que não há planta que sobreviva
sem regar, feito quem acaricia.
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