14 dezembro, 2015

Como eu me sinto?

Como se sente? - era a pergunta dele.
Como eu me sinto? As vezes sufocada
por grandes manchas de tintas, linhas,
traços, ecos sobre as telas ao redor.
Elas são lindas, mas ficam mantidas
aqui na alcova dos meus sonhos e me
miram cheias de memórias.


E não há exercício meditativo que se
refaça para ouvir a tal da voz interior.
Talvez resistência de algo libertador
criativo. Mas contemplo erros. Não sobre
tela, mas por em algum momento querer
a vida das vísceras, do intimo absoluto
da junção dos corpos.

A nova cartilha do amor não permite esse
querer. Devemos nos manter na superfície
de uma poça no asfalto. Leve buraco mal
cuidado. Não se pode querer estar perto,
junto próximo. Deve-se cultivar paradoxos
para não se ter paradoxos. Saudar tantas
vezes a distância para querer estar perto.

Não perguntar nada, para que falem. Não se
importar, para que se importem. Não se pode
sentir ira entre outros sórdidos sentimentos,
mesmo que o pior esteja sendo esfregado na
sua cara na textura lixa da agonia de nunca
se encontrar o que é suficiente.

Minha sensação
é de que algo esta errado.

Quanto mais próximo das vísceras chegarmos,
maior será o impulso da águia,
que vislumbrará o voo mais alto na
profundidade do céu.
Mas é preciso se entregar
para que isso aconteça.
É preciso dizer não algumas vezes,
e sim em outras. Sim, sim esta errado.
Olhe bem para
quem esta ao seu lado.

Essa pessoa esta ai doando
tempo e vida a esse momento.
Essa pessoas talvez tenha feito as
malas em algum momento
para estar perto de ti.
Essa pessoa admira a
sua existência intima.
Aquela que quase ninguém
nunca verá.
Essa pessoa - ela é linda
e sofre mazelas, como todos os
outro seres. Ela esta completa.

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