Duras folhas que pareciam das
árvores, mas a medida que caminhava
de prata se tornavam. E assim,
refletiam meu olhar cuidadoso
para que não as sujassem. E esse
mesmo olhar me lembrava do quanto
era o tamanho de meu respeito pelo
teu corpo. Ao desvendar os mistérios
das dobras as quais neste frio que
corta eu podia esquentar com o calor
que impulsiona meu corpo a magnetizar
o teu entre as minhas lacunas de
cheiro de coco e baunilha, como
quando esquentamos o café e a casa
é invadida pelo aroma que gera
suspiros e vontade. Uma vontade
leve como as belezas da infância.
Quando não temos que pensar no tempo,
na duração dos prazeres e apenas
esperamos uma outra brincadeira ou
ainda um doce sabor que alegra.
As vezes o que é rude nos deixa
triste, ou ainda quando somos contrariados
nos resta a birra, os braços cruzados.
Mas se houver doçura, curamos e assim
sorrimos de novo e seguimos para
uma outra descoberta de amor puro.
Quando ainda não nos deixávamos seduzir
por qualquer sorriso, qualquer conteúdo.
O tempo não cura tudo como gostam de
dizer por ai em panfletos de autoajuda,
mas ele revela. Revela como o sol quando
nasce no horizonte. E penso que depois
de tantos dias de festa, podemos novamente
acreditar que tudo possa se recriar e
cansados desejaremos a companhia acolhedora, onde o sol brilha no teu rosto e eu o contemplo adormecido.
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